Blog do Pai de Santo

01/04/2024 in Sem categoria

Oferendas e indumentárias na Umbanda

Será que as oferendas e certas indumentárias utilizadas na Umbanda são realmente necessárias?

É comum irmos às matas, cachoeiras e praias e por lá encontrar obrigações ou despachos contendo comidas, frutas, velas, charutos, garrafas de bebidas, flores, barquinhos de isopor, pratos preparados com peixe assado ou frito, etc.

Será que elas são realmente necessárias ao nosso desenvolvimento espiritual?

(Não será mais racional doar os alimentos que os Orixás e nossos Guias não vão comer, para locais onde pessoas necessitadas possam matar fome?)
(Não será mais interessante que ao invés de gastar dinheiro em obrigações primitivas que em nada ajudarão quem as faz, doar esse dinheiro a um orfanato, como exemplo?)

Se os espíritos não comem e não bebem e muito menos os Orixás necessitam dessas coisas, por qual razão elas são feitas?
Em certo vídeo no Youtube, assisti recentemente uma pequena palestra de chamada para que as pessoas possam ter acesso a determinado curso de duvidosos ensinamentos sobre a Umbanda e nesse vídeo, seu locutor explicou que os espíritos e os Orixás realmente não comem e não bebem, porém, ao se depositar essas obrigações junto a natureza, quem as faz, demonstra respeito e carinho por nossos Guias e Orixás.

Pois bem, já vi cães, macacos e esquilos se alimentando dessas oferendas e até ai tudo bem já que alimentaram aos animais e alguns dos demais resíduos desse tipo de oferenda serão decompostos rapidamente pela própria natureza com o passar do tempo.

Mas e as velas, as toalhas, os copos e garrafas?

Esses componentes não serão decompostos pela natureza em curto prazo, pode levar centenas de anos até que a natureza os decomponha. Até lá, esses componentes vão ser transformados apenas em lixo.

E é essa a imagem que se transmite, é a imagem do lixo que mostram nessas obrigações que a sociedade enxerga em relação a Umbanda. Para muitos somos poluidores da natureza e isso é uma grande verdade que precisa ter um fim.

A natureza são campos vibratórios em que atuam os Orixás, são um bem comum de todas as religiões e de toda a humanidade e não apenas da Umbanda. Poluir esses campos sagrados é totalmente errado. Alguns vão a natureza e lá se comportam como se fossem donos do local, seja ele publico ou privado e quando se vão, deixam por lá um sem fim de objetos que nada tem em comum como local.

O seguidor umbandista precisa se conscientizar que precisa parar de enviar lixo aos Orixás, existe a necessidade de modificar a forma como a sociedade nos enxerga, temos que mostrar que somos uma religião respeitosa e não poluidores da natureza praticantes de feitiçarias.

Todos os anos no mês de Dezembro pela manhã, ao final dos trabalhos de praia costumo caminhar a beira do mar e sempre constato uma monstruosa quantidade de lixo que retorna a praia trazido pelas ondas.

Retornam com as ondas os ultrapassados barquinhos de isopor, as rosas vermelhas e amarelas (com espinhos), outros tipos de flores, garrafas de champanhe, vinho e cachaça, vidros de perfume, pentes, espelhos, estojos de maquiagem e outras coisas mais de uso feminino. Esses objetos todos são depositados nas praias por seguidores da Umbanda sob o pretexto de “presentes para Iemanjá”.

Vamos raciocinar um pouco porque não dói!

Esses objetos são jogados no mar ou entregues nas praias na intenção de pedir graças a Iemanjá ou agradecer uma benção concedida por Ela.
Quem assim procede deveria antes entender que Iemanjá ou as trabalhadoras de sua linha, não tem como usar os ditos presentes que lhe enviam, por serem esses presentes coisas materiais.

Para Iemanjá terá real importância os procedimentos espirituais e a fé que nela se deposita, na realidade tem mais valor a oração sincera feita por alguém a beira mar, do que o lixo que muitos lhe enviam, mas a ignorância de muitos seguidores da Umbanda em relação aos nossos cultos, fazem com que as pessoas copiem esse erro de outros que também aprenderam o errado como a coisa certa.

Ninguém sabe ao certo quando ou onde, tiveram inicio esses procedimentos, mas uma coisa é certa, eles precisam ter um fim.
Temos que modificar a forma como a sociedade nos enxerga como praticantes de uma religião, temos que mostrar nossa fé sem sujar os locais de uso comum a todas as pessoas.

É preciso parar de enviar os ultrapassados barquinhos de isopor contendo objetos como espelhos, pentes, perfumes, etc, a Iemanjá. Quem age dessa forma, não está mostrando sua fé por Ela e sim, enviando mais lixo a Iemanjá e acredito que Ela não deseja esses objetos, acredite que Ela deseja apenas o nosso respeito por seus domínios.

Já em relação à indumentária que alguns templos adotam já vi de tudo. Em alguns locais as mulheres usam roupas desconfortáveis e em excesso, já em outros usam pouca roupa, normalmente muito justas, transparentes e decotadas, além de brincos, anéis, relógios (e até óculos quando incorporadas).
E em alguns templos, os homens na incorporação de seus caboclos, o fazem sem camisa, com penachos, arcos, flechas, etc, como se fossem índios vivendo na natureza, além de segurar uma cuia e ficar tomando cerveja durante os trabalhos.

Pergunto a você:

São essas coisas e procedimentos realmente necessárias ou são elas o resultado de uma pratica que precisa ser urgentemente modificada?

Se você é um médium sério e evoluído, sua própria razão já lhe deu a resposta!

Sei que alguns vão disparar seus e-mails mal educados em relação a este tópico, contrariados por aquilo que escrevo, alegando que não sou dono da verdade, embusteiro, marmoteiro, farsante, etc. Mas já estou acostumado, se for sua vontade, escreva!

Quem sabe aprendo algum palavrão novo!

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